sexta-feira, janeiro 21, 2005

Notícia parva III

O conhecido colunista do Público Eduardo Prado Coelho foi encontrado esta manhã sentado à porta de casa do Dr. João Salgueiro manifestando sinais de profundo desnorte.

Quando inquirido por um cívico de serviço sobre qual a razão de tal desalinho em actor tão conhecido, Prado Coelho balbuciou frases desconexas enquanto coçava com determinação os testículos com a mão esquerda. Na mão direita segurava um molho de folhas A4 reconhecendo-se perfeitamente em uma delas a sua própria fotografia.

Perante a expressão decidida da porteira tipo não quero merdas destas aqui à porta do prédio do Senhor Doutor, o cívico de serviço, apertando-lhe simultâneamente o interrogatório e o hiperactivo braço esquerdo, enquanto o conduzia à esquadra local foi-lhe arrancando a pouco e pouco uma atabalhoada explicação que abrangia dissertações ininteligíveis sobre romances franceses e putativas listas de candidatos da SEDES nas próximas eleições legislativas, das quais ele faria parte como cabeça de lista.

À hora do fecho desta edição a esquadra local encontrava-se cercada por uma unidade de comandos parquedistas sabendo-se que no seu interior os guardas de serviço se tinham entregue a cenas degradantes de choro, ranger de dentes e ensurdecedora flatulência após terem escutado uma dissertação sobre estruturalismo da parte do reputado professor.

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