sábado, maio 29, 2010

O Presidente de Portugal?

Ontem ao ser mais uma vez incomodado com as perguntas sempre maçadoras dos senhores jornalistas Cavaco Silva falou dele próprio como sendo o Presidente de Portugal. Não é.
O cargo institucional que ele desempenha, e mal, é o de Presidente da República. Aliás é a República Portuguesa (e não Portugal) que ultimamente tem sido alvo dos "ataques dos especuladores" e dos "ataques do mercado" e que está com tão baixa cotação "lá fora".
Ao não vetar a lei do casamento homossexual Cavaco deitou as suas convicções pela janela fora. Mesmo, como ele referiu, que a lei voltasse a ser votada e passasse com a aprovação da maioria de esquerda no parlamento, Cavaco nunca se deveria ter demitido da posição que os seus eleitores sempre acreditaram que tomaria.
Nada tenho contra a união homossexual legalmente assistida. Só não lhe chamem casamento porque não o é. Já o tinha escrito aqui. Não seriam mais seis meses ou duas semanas que iriam dificultar a vida aos portugueses se o Presidente se tivesse afirmado de acordo com as suas convicções. Quem abandona as convicções para não atrapalhar a vida dos outros tipifica um facilitismo serôdio que não se coaduna com o cargo de Chefe de Estado. É mais consentâneo com, sei lá,com um cargo como o de administrador de condomínio.
Com o adiamento do seu apoio ao candidato Manuel Alegre o PS tem mostrado o mais possível que prefere Cavaco como Presidente. A variável Nando, oportunamente lançada a jogo por Mário Soares, se encarregará de fazer estragos suficientes no processo para garantir a re-eleição de Cavaco. Provavelmente à primeira volta.
Ou isso ou Cavaco anuncia publicamente a sua intenção de não se recandidatar, o que também não deixaria de ser interessante: o primeiro candidato ao cargo a não cumprir two rounds in a row.

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