A "mixórdia acordesa", como chamou alguém e muito bem, à treta do denominado acordo ortográfico de 1990 está-se a tornar numa das linhas de fractura do regime; já se "contam espingardas" de cada lado, cavam-se trincheiras, cortam-se relações, exercem-se represálias, etc.
O mais extraordinário é o regime (leia-se república portuguesa) assistir com passividade bovina à total inversão do Estado de Direito de que se proclama acérrimo defensor; uma resolução de um conselho de ministros impõe-se despudoradamente à Lei em vigor, a que promulgou o Acordo de 1945. É de facto extraordinário. E já há jurisprudência sobre o assunto: quando o juiz Estrela do Tribunal de Viana do Castelo considerou uma comunicação escrita por um advogado ao abrigo do denominado acordo ortográfico de 1990 como tendo sido redigida com "erros ortográficos" solicitando ao mesmo o favor de a redigir no estrito cumprimento da Lei, ou seja, sem erros ortográficos, criou jurisprudência. No entanto, e apesar disto, vem o secretário do estado miserável da cultura afirmar que "o Acordo Ortográfico de 1990 está em vigor". Está em vigor mas é o caralho. O que está em vigor, a florescer, a dar frutos e peidos é a passividade bovina dos deputados da Assembleia da República, totalmente dependentes das directrizes das cúpulas dos partidos que representam, completamente desfasados da realidade do povo de que se reclamam representantes.
Vão mas é aqui subscrever a Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra a "mixórdia acordesa". Vejam mas é se acordam! Quanto aos defensores do AO/90, por estarem à beira de perder muita coisa, estão mais ou menos fodidos, dependendo apenas do grau de envolvimento com os promotores da "mixórdia" e o o nível de atascanço em que nela se encontram.
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