Medeiros Ferreira escreve hoje no DN , comparando os incêndios em Portugal com o furacão Katrina nos EUA.
Basta a ideia, comparar uma coisa com a outra, para que a surpresa perante o exercício demagógico de afirmações como (...) Em Portugal, hoje em dia, tanto se reclama cortes no número de funcionários públicos e de servidores do Estado como se exige novos guardas florestais e jovens bombeiros profissionais quando há fogo na serra.(...) se desvaneça rapidamente.
Mais à frente podemos ler: Amanhã, se houver inundações, esquecer-se-ão os guardas florestais mas querer-se-á fuzileiros e equipamentos anfíbios em todas as bacias hidrográficas. Em ambas as situações não estou a ver as populações afectadas apreciarem a chegada de elementos com mais de 60 anos
Mas, com a normalidade restaurada, voltará a discussão teórica sobre o bom tamanho do Estado sem se ter em conta estas curiosas variações práticas. E veremos os órgãos de comunicação social transmitirem, impávidos, como é seu dever, aspirações tão desencontradas.
O que se passa em Portugal, à nossa escala, adquire agora nos EUA a dimensão de um apocalipse anunciado.
Desculpar a incúria e o desleixo a que o regime republicano votou o património florestal e hídrico em Portugal, negligenciando a prevenção dos incêndios e dispendendo avultadas quantias no seu combate a posteriori, de forma desorganizada, numa das mais pungentes demonstrações de amadorismo governativo de que há memória em qualquer parte do mundo e compará-lo a catástrofes da dimensão do furacão Katrina é, por si só, tristemente revelador do calibre de alguns dos opinion makers autóctones mais conceituados.
Ao querer falar de uma data de coisas ao mesmo tempo, desde o problema dos incêndios à história das reformas antecipadas, do racismo e da incompatibilidade entre liberalismo e catástrofes, Medeiros Ferreira dá a ideia de um percursionista destrambelhado a zurzir nas peles a torto e a direito produzindo uma cacofonia ininteligível ao comum dos mortais mas que, certamente, calará fundo no âmago da esquerda nacional.
A escolha do título para tal exercício demagógico, vindo de um dos pilares de um Partido Socialista que se reclama sucessor do Partido Republicano de Afonso Costa, é significativa.
É que Mário Soares será sempre Dom Mário I para muito Afonso Costa de bolso cá da santa terrinha.
terça-feira, setembro 13, 2005
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1 comentário:
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