terça-feira, maio 19, 2009

Os combustíveis e a República

Com os placards informativos dos preços de combustíveis finalmente destapados, destapa-se outra realidade: a cartelização descarada. Quando a imprensa referiu, na semana passada, que as diferenças de preço andavam na casa das milésimas logo se apressaram as petrolíferas a desmentir esse facto passando os preços a ser iguais. Trata-se de paralelismo, disseram. Pois a mim parece-me outra coisa. A entidade reguladora da concorrência deixa de ter razão de existir pelo simples facto de não haver concorrência. A não ser nos postos dos hipermercados e grande áreas comerciais, onde a GALP diz que se vende combustível de baixa qualidade, o que para mim não deixa de ser um mistério uma vez que o produto base de todas as petrolíferas é o mesmo, quer venha de Sines ou de Matosinhos. Mistérios desta República que se quer festiva em 2010.
Já agora, e sem ser a talho de foice para não aleijar ninguém, seria honesto que ao comemorar os 100 anos de República o R.R.E.G.U.I.L.A., (Regime Republicano Em Grande Utilização Intensamente Loquaz e Aldrabão) não se esquecesse de referir a imposição da censura, a perseguição religiosa e de liberdade de expressão, de reunião e associação, a expropriação compulsiva e o desleixo generalizado como fazendo parte dos grandes feitos a comemorar em 5 de Outubro de 2010. Eu, por mim, prefiro comemorar na mesma data o 867º aniversário do nascimento de Portugal, no mesmo dia e mês mas de mil cento e quarenta e três.

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